O ABANDONO DO IDOSO EM ÉPOCA NATALÍCIA

Mais um Natal, celebrámos o nascimento de Jesus e esta é uma época de esperança e respeito pelo próximo.
É uma oportunidade para reflectirmos e procurarmos uma aproximação aos que mais precisam, e aqui recordemos-nos em particular dos Idosos que nestas épocas são esquecidos e abandonados nos lares de idosos.
Todos os anos, se registam nesta época casos de idosos que estão internados nos hospitais e que mesmo depois de receberem alta médica permanecem nestes à espera que alguém os vá buscar. Os familiares quando contactados pelos serviços, chegam mesmo a desligar o telemóvel e até a darem moradas falsas para não serem incomodados. Outra situação de abandono, verifica-se também em idosos que se encontram a residir nos lares e que na noite da consoada não têm a companhia das famílias. As instituições de acolhimento tentam minimizar os efeitos da solidão na terceira idade, principalmente nesta época natalícia, havendo no entanto quem encare de forma positiva a situação e sinta que tem no lar uma nova família.
O abandono do Idoso é uma realidade da sociedade de hoje. A sociedade contemporânea vocacionada para o consumo, regendo-se mais por valores materiais, tem o seu impacto nas famílias, principalmente no grupo dos idosos. Os idosos rapidamente são excluídos do trabalho, das funções produtivas, de manutenção e de transmissão de conhecimentos. Nestas circunstâncias o idoso acaba num ciclo de isolamento e dependência. O envelhecimento, faz-se acompanhar de um espectro dc difiuildides relacionadas com o encargo que os idosos trazem às gerações futuras, os vários custos que o seu grande número representa, a falência dos sistemas de reforma, e até a falta de dinamismo que o envelhecimento demonstra são disso exemplo. Desta forma, os equipamentos sociais que foram aparecendo para darem resposta a este flagelo social, foi uma mais-valia para os nossos idosos com uma grande dependência e uma perda crescente de aiutonomia.
Embora as respostas sociais nem sempre correspondam à procura, a realidade é que se vai notando uma crescente preocupação em implementar novas respostas sociais.
Mas, apesar de todo o esforço e dedicação das instituições que acolhem idosos e dos seus colaboradores, nem sempre se consegue preencher aquele espaço vazio da visita, de um abraço, um carinho um afecto do familiar. A família é um agente básico não só para a sobrevivência do idoso mas também para seu equilíbrio emocional.
De facto, a família é uma célula fundamental, a unidade social que é capaz de resolver ou ajudar a resolver problemas biopsicossociais. É pena que cada vez mais se verifique que a institucionalização represente muitas vezes o abandono e a exclusão da pessoa idosa, o idoso é um ser capaz de variados feitos e glórias não é um ser inacabado, os anos ensinam muitas coisas que os dias desconhecem.
Para o ignorante, a velhice é o Inverno da vida; para o sábio é a época da colheita – “Talmude’

1 comentário

  1. […] e à guerra, os idosos eram votados ao desprezo, afastados do poder, dos rituais e, até mesmo, abandonados pela tribo, devido à sua fraqueza física. Quando as tribos se sedentarizaram e se dedicaram à […]

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