No homem e nos homeotérmicos em geral, o ciclo vital apresenta três fases sucessivas: crescimento, maturidade e senescência, as quais se desenrolam segundo um ritmo característico de cada espécie e independente das condições do meio ambiente. Este só intervém para abreviar a evolução normal mediante a acção de acidentes e de doenças: se todos os membros de uma dada população pudessem viver em condições ecológicas ideais, todos morreriam numa idade correspondente à sua longevidade potencial específica.
O fenómeno não é homogéneo em todos os vertebrados. Como muito bem demonstraram alguns autores, concretamente Fr. Bourlière, nos vertebrados de sangue frio, tais como peixes, batráquios e répteis, o crescimento é prolongado, prosseguindo enquanto o animal vive. Deste modo, a pequena tartaruga grega dos nossos jardins pode aumentar de tamanho e de peso durante mais de quarenta anos; além disso, este crescimento é indeterminado e processa-se em função das condições do meio. Se o animal vive num meio bastante quente, onde o alimento é abundante, cresce, engorda e morre rapidamente.
O efeito é o inverso num meio frio, onde o alimento é pouco abundante. Outras particularidades: a duração de vida é sempre muito longa (100 anos ou mais no caso da tartaruga-dos-jardins) e a fecundidade aumenta com a idade. Por último, a curva de vida é muito diferente: não se verifica nem estabilização do peso e do tamanho correspondente a uma fase de maturidade, nem um declínio involutivo nítido dos órgãos e das funções. Na sua globalidade, o meio exerce uma influência considerável, determinando o crescimento e a duração de vida. Os homeotérmicos, pelo contrário, uma vez que têm uma temperatura interior constante e, consequentemente, um nível metabólico mais uniforme, apresentam duração máxima de vida mais constante, característica de cada espécie e mesmo específica de cada indivíduo, o que levanta o problema do papel dos factores hereditários.