Sustentabilidade é hoje em dia um conceito utilizado em variadas situações e com diferentes significados. Na sua formulação mais difundida, sustentabilidade remete para a capacidade que uma sociedade tem de garantir, para as gerações presentes e futuras, um nível de vida adequado, de preservar a base natural da vida e a capacidade de produção de bens e serviços. Fala-se normalmente numa tripla dimensão: “o desenvolvimento económico, a coesão social e a protecção do ambiente”. As estas três dimensões, deve acrescentar-se, ainda, a vertente institucional que se refere as formas de governância, ao respeito pelos direitos humanos, a participação dos cidadãos, etc. Estamos perante um conceito macro que diz respeito ao conjunto da sociedade. E do ponto de vista micro, isto é, do lado das organizações e das empresas, o que se passa? O seu contributo para a construção da sustentabilidade, nos termos atrás descritos, é seguramente imprescindível: sem organizações e empresas não existe sustentabilidade económica, produção de bens e serviços, não se criam as condições para a satisfação das necessidades das pessoas. A condição para que as instituições contribuam positivamente para a sustentabilidade é a de terem uma gestão balizada pelos princípios da sustentabilidade (macro) e ainda que ela própria seja sustentável.
Sustentabilidade é aqui aplicada como sinónimo de viabilidade económica e financeira, na acepção de sustentabilidade financeira. Como é evidente, qualquer empresa/organização que não seja sustentável na acepção micro nunca contribuirá para a tripla sustentabilidade do território onde exerce a sua actividade. Um dos elementos fundamentais, comum a qualquer um dos significados de sustentabilidade, é o de garantir o futuro, o de durabilidade, palavra utilizada nos países de língua francesa, developpement durable. Garantir a preservação dos recursos (ambientais, económicos, humanos, etc.) de modo a que eles sejam suficientes para satisfazer as necessidades presentes e futuras, está no núcleo central do conceito. E isto é verdade independentemente de estarmos a falar de um país ou de uma instituição. Assim, a primeira obrigação para com a sustentabilidade social de uma IPSS, e de ela ser em si mesmo financeiramente sustentável. Isto significa que ela tem de ser capaz de utilizar os seus recursos e capacidades de modo eficaz e eficiente, tendo em conta não só o momento presente mas também (será que principalmente?), o futuro. E esta a grande preocupação das nossas IPSS, como garantir no futuro as acções de sustentabilidade social que colocam efectivamente em pratica e que não são importantes apenas para as pessoas menos favorecidas, mas possuem a capacidade de melhorar a qualidade de vida de toda a população. São várias as acções que a CNIS está a desenvolver para apoiar as suas associadas a tornar a sua gestão mais sustentável. 0 Centro de Estudos Sociais da CNIS tem vindo a reflectir sobre o tema e disseminará os resultados das várias acções desenvolvidas.