Ser Idoso um isolamento crescente, um universo que se fecha

Envelhecer na cidade é arriscar-se a acabar os seus dias cada vez mais só. Há muitas pessoas idosas que não têm ou já não têm filhos; vivem muitas vezes afastados, porque, normalmente, o alojamento dos casais jovens fica longe do centro das cidades, onde os pais continuam a viver. Nos grandes «dormitórios» predominam os casais jovens, sendo raros os casos de pessoas idosas.
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Devido à maior longevidade das mulheres, são sobretudo elas que ficam sós. Em Lisboa, por exemplo, muitas mulheres idosas vivem nos últimos andares de prédios muito antigos (80% construídos antes de 1914), o que, em parte, explica o seu isolamento.
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Estas mulheres evitam a todo o custo subir e descer escadas ou utilizar os meios de transporte, concebidos apenas para pessoas ágeis (escadas de acesso ao metro, carruagens incómodas, degraus dos autocarros); também o atravessar das ruas, com o frenesim do tráfego, constitui da parte delas inconsciência ou heroísmo. Não obstante, e apesar deste penoso isolamento, a grande maioria destas pessoas idosas não quer encarar a ideia de sair da sua própria casa — mesmo aquelas que, com mais de oitenta anos, vivem num apartamento do sétimo andar de um prédio sem elevador.
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Finalmente, a demografia modificou-se com os tempos. Hoje há mais velhos e a proporção entre as diferentes idades já não é a mesma; a população envelhece.
A importância idónea da questão das pessoas idosas e a necessidade de uma nova ciência que se ocupe de todos os problemas e que trate destes, nos lar de idosos ou os lares de terceira idade, correspondentes são hoje uma evidência. A referida ciência dá pelo nome de «gerontologia».

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