A população acima dos 60 anos está a ganhar poder e a multiplicar-se. Se hoje representa mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo, em 2050, deverá atingir os 2 mil milhões. E estas pessoas representam cada vez mais uma importante fonte de recursos para as suas famílias, para a sociedade e para a economia.
A Organização das Nações Unidas, que instituiu o Dia Internacional do Idoso em 1991, acredita que a 3ª idade assumirá um papel muito relevante no futuro, continuando a contribuir com o seu trabalho para a sociedade, e transmitindo a experiência e conhecimento aos mais novos.
O NOVO PAPEL DOS AVÓS
Em Portugal, a população sénior cresceu quase 20% na ultima década, existindo hoje 2,023 milhões de idosos, dos quais 60% vive sozinho ou com outros idosos, o que também prova, em parte, a maior autonomia destas pessoas. Com uma esperança de vida cada vez maior aumentou em 8,2 anos nas últimas três décadas – a população sénior não se acomoda com a chegada à Idade Maior. E frequente vê-los nas aulas de hidroginástica, nos circuitos de manutenção ou com longas caminhadas nas passadeiras dos ginásios, viajam bastante, regressam à escola, e muitos até dominam algumas das novas tecnologias, com razoável à vontade.
A nova energia da 3ª idade é uma revolução que está em curso e que ninguém pode parar. Nem os próprios estarão algum dia dispostos a abdicar da liberdade e autonomia que conquistaram entretanto, para voltar a encaixar no retrato do velhinho tradicional. Até porque a sociedade teima em exigir cada vez mais o seu contributo ativo. A idade da reforma vai sendo adiada e, na família, os filhos e os netos requerem cada vez mais a sua ajuda. No nosso país, os idosos assumem hoje um papel crucial na educação e cuidado dos netos. Tornou-se normal ver grupos de avós à porta dos infantários e das escolas, e a transportarem os descendentes entre as inúmeras actividades extra-curriculares, que sem o seu apoio não estariam ao alcance dos mais novos.
Numa sociedade obcecada com a juventude e a beleza, os mais velhos têm conseguido manter-se em alta. Tal como se diz que os 40 são os antigos 30, também não será exagero afirmar que os actuais 65 são os antigos .50. Faye Dunawav (71), Catherine Deneuve (69), Candice Bergen (66) , Mick Jagger (69), David Bowie (63) e até Clint West Wood (82), continuam a fazer suspirar muita gente, e não só os da sua geração. E todos têm um segredo: não se reformaram.